Se eu pudesse incluir uma profissão no ministério do trabalho... Se eu pudesse, o anúncio de emprego seria assim:
- Formado há no mínimo 3 (três) anos e com experiência na ramo de elogios
- Pós-Graduação em paciência e reconhecimento são atributos desejáveis
- Capacidade de identificar aspectos positivos na imensidão de negativos
- Saber trabalhar em equilíbrio com os defeitos e valorizar as qualidades
- Ter disponibilidade de refletir com responsabilidade sobre as atitudes tomadas
- Domínio da percepção para o que se mistura na superfície e se esconde na profundidade
- Habilidade para improvisar e se comunicar no idioma do outro
- Saber enxergar, ouvir, falar e calar...”
Este post era para ser só isso e ser compreendido. Mas ouvi uma crítica. A palavra crítica sempre vem com uma conotação negativa, ao menos para mim, e esta veio exatamente da forma com que o anúncio solicita. Uma crítica sincera, ponderada e destacando que por mais confusa que esteja a idéia ela tem algo de bom. E é só por isso que estou aqui novamente, me retratando e numa tentativa, talvez inútil, de explicar o que sai do jeito que saiu. Falar mal é muito mais fácil, comum. Elogiar dá trabalho. É preciso um esforço de pesquisa minucioso.
Quem sabe fosse a hora de colocar outras cores de volta no mundo e deixar o cinza para lá um pouco. Só para diminuir esta desvantagem. Se for posível equilibrar, claro. Não quero dizer que é preciso falar bem daquilo que é ruim, mas sim que é no exercício de achar a qualidade que se encontra o defeito e vice-versa. Dando sequência a série de obviedades - e como é importante falar o óbvio - nada é perfeito, assim como nada é imperfeito. Até porque as coisas são mutáveis...