15.7.08

A flor "assim"

Tem dias em que nos sentimos meio assim, não é? Por experiência pessoal, posso dizer que tudo começou há mais de um ano. Foi quando eu me senti muito “assim”. Cadê aquela força para levantar um quilo na academia? Não tem. E aquele mínimo esforço para pressionar uma tecla? Fugiu. Tão acostumado a colocar os outros para cima, de pouquinho em pouquinho e de repente estava lá no fundo e senti na pele. Tão fina quanto a própria derme é o limite da alegria e tristeza; sonho e frustração; vontade e desânimo. Todos os obstáculos em que sai pela tangente ao longo dos meus anos não haviam sido transpostos e me habitavam. Às vezes nem a luz no final do túnel somos capazes de ver. Mas sempre há alguém capaz de mostrar. E quem sabe pessoa só exista na sua vida para isso. Para num dado iluminar um caminho. Mesmo que essa “dádiva” faça das construções de dias compartilhados, escombros desavisados e sombrios. “E assim, seja lá como for vai ter fim a infinita aflição e o mundo vai ver uma flor brotar do impossível chão”. O chão remoído, cuidado e cultivado por um ano fez brotar a flor. Hoje ela sente sede apesar de se sentir meio “assim” neste dia.