26.9.08

Projeto de reflexões

Em torneios de tênis quando escurece sempre surge a voz do árbitro ao microfone solicitando para alguém ligar a iluminação. A grande polêmica surgiu neste instante. Diferente do que estamos acostumados a ouvir o árbitro proclamou:
- Manutenção na escuta, por favor. Acenda os projetores.
Todas as pessoas da sala se entreolharam com a interrogação na testa: “Porque este cara não falou refletores, iluminação, lâmpada, qualquer coisa, mas projetores, não”. Em seguida, as mesmas pessoas da sala tiraram a interrogação da testa e lançaram a pergunta diretamente para o autor da frase.
Surpreso, para a nossa surpresa, ele se justificou e explicou.
O rapaz tinha, deve-se reconhecer, um conhecimento profundo em elétrica e fez questão de nos dar uma aula e agora sabemos. Para que todos também saibam, há o poste. No topo do poste há o projetor! Dentro do projetor há a lâmpada, o refletor e mais outro aparelho de nome impublicável. Aí é fácil. O projetor... projeta. O refletor... reflete.
Compreendemos e até certo ponto concordamos. Do ponto de vista teórico, sem problemas. Mas alguém já falou “ei, tá escuro, acendo os projetores”, ou “putz, os projetores da quadra queimaram” ou ainda, “droga, se tivesse projetor dava pra jogar até mais tarde”. Eu nunca. Na sala ninguém. Segundos depois, ficamos cientes que no clube ninguém nunca havia pronunciado a tal palavra com esse intuito.
Não preciso dizer que o número de piadas foi incomensurável. Apenas por hobby e para acender a discussão, parti de uma definição do dicionário que diz que o verbo acender pode ser usado como iluminar. Logo, o projetor projetava a luz no refletor, que refletia a luz, iluminava, ou acendia. Depois de quarenta minutos de discussão, de acende, apaga, liga, desliga, lua reflete e sol projeta lembrei da canção De Volta ao Samba de Chico Buarque e coloquei em alto e bom som para todos da sala:

“Pois quando de uma vez por todas
Eu me for
E o silêncio me abraçar
Você sambará sem mim
Acenda o refletor
Apure o tamborim
Aqui é o meu lugar
Eu vim”
Depois de ouvirmos a música, soltei:
- Olha, você pode estar coberto de razão, mas me desculpe é o Chico Buarque quem está dizendo.

Remediando

- Boa noite, Leonardo. Quais são os sintomas?
- Febre, dores no corpo e garganta fechada...
- Deixa-meeu examinar... Respira fundo... De novo... Mais uma vez... Agora respira normal... De novo... Poe a língua para fora e faz um “a”bem grande - eles não mudam o discurso.
- Aaa - contido
-Nossa!Já deu, já deu.
Os dois sentam.
- Bom, você vai tomar esse 10 dias, aquele 7 dias, o outro é para isso durante 10 dias e mais aquele até parar a febre.
- Tá certo, doutor.
Na farmácia.
- Preciso disso, desse, daquele e do outro.
- Prontinho. R$187,00, senhor.
Engoli ainda mais seco. A garganta doeu mesmo.
Em casa, a irmã do doente e fã de bulas, comenta:
- Seus remédios provocam diarréia. Está escrito na bula
Pensei comigo mesmo: “Então vou tomar um remédio para diarréia, mas ouvi dizer que muito remédio ataca o estômago. Resolvi ligar para o médico.
- Doutor, se eu tomar um remédio para dor de barriga e outro para dor de estômago, tudo bem?
- Bom, o problema é que esse para dor de estômago corta o efeito daqueles quatro outros remédios...
Conclusão: O que não tem remédio desprevenido está

3.9.08