19.6.07

Como

Eu já sabia que isto logo aconteceria e você talvez ache que é precipitado. Mas chegou a hora de contar. Não é nada além do que um simples segredo ou uma maneira de gastar aquela linha branca dando e desatando nós.

Aonde você quer chegar com isto? Mas que público mais cheio de pressa. Prefere a curiosidade entalada a sentar-se de maneira confortável na cadeira e aguardar. Eu concordo que poderia haver melhores razões para isto. Que fique só entre nós.

Desde quando é fácil contar segredos – desde que não seja o dos outros. Uma boa dica sobre este meu é que muita gente já viu por aí. Passou por algumas das mais simples redações e até mesmo prova de processo seletivo. Estava lá e está aqui também. Não é bom usar este recurso precioso a todo o momento, mas de vez em quando é preciso. E quem nunca fez isto ao menos uma vez na vida? Falo de nós.

Agora que os nós completaram as linhas não há mais segredo entre nós.


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Está exemplificado no texto acima. A melhor coisa a se fazer quando é preciso falar ou escrever é isso. Falar sobre o próprio assunto. Ou melhor, comentar a falta dele. O apelo para este recurso não é dos mais admiráveis, mas nesta escassez de dribles em que vivemos é válido, claro.

Hoje, na busca para encontrar uma razão para falar do falar e do escrever do escrever, percebi uma coisa interessante nessa enrolação – talvez sem o tom pejorativo que a palavra enrolação carregue. Eu tenho um apreço incomensurável pelo "como". Muito maior do que pelo “porque”, “quem”, “quando”, “onde” ou pelo “que”. Tem razão quem disser que sem “porque”, “quem”, “quando”, “onde” ou ou “que” não tem o “como”. E o meu projeto de teoria pode cair por terra e perder o sentido.

Como nasceu esta idéia de ter esta idéia? E como outra idéia evolui de um ponto até o outro? Os processos, as transformações ganham para mim um peso e uma relevância superior ao que se viu na partida ou na chegada. E sem perceber logo quando começo... acabo num ‘como’ profundo sem saber como.